Itajaí-Navegantes-Piçarras-Penha-Navegantes-Itajaí
Distância : 50.06km
Tempo : 2h47m12s
velocidade media : 17.96km/h
Velocidade Maxima : 33.82km/h
Nossa viajem começou pela casa da Aline (pra moda de informação, namorada do Vitor). Quando eu cheguei lá percebi o quanto estamos em sintonia. Ao parar a bicicleta e por meu pé no chão, Vitor abre a porta. Uma coisa sensacional. Então entrei até arrumarmos as coisas e então a Aline trouxe uma sacola com inúmeras mascaras de carnaval que ela tinha surrupiado do casamento do irmão dela. Logo na frente da casa da Aline havia algumas crianças muito estranhas... falando coisas sem nexo. Partimos então para a balsa no bairro Imaruí. Durante esse percurso, percebi que eu estava sem graça... pois o Vitor fez várias tentativas de piadas, mas eu não entendia o que ele estava dizendo. Ao passar a balsa vimos um senhor levando um peixe no bagageiro da sua bicicleta, então começamos a falar sobre bicicletas que carregam coisas estranhas, tipo, camas e cavalos...
Seguimos por um lugar que acreditamos ser perigoso, então, como diz a musica do MC Serginho “... como todo bom boiola gostava de vagarinho...” começamos a pedalar mais rápido. Chegamos então à segunda carreira de chão de nossas jornadas, porém, ao contrário da estrada do passeio passado, esse caminho estava mais calamitoso. Não tinha o aroma campestre, estava recheada de buracos e ainda por cima ficamos sob o risco de engolir poeira.
Chegamos então em uma gruta muito bonita, onde paramos para nos refrescar com a água que corria da vertente. A gruta de Nossa Senhora de Guadalupe. Lá encontramos um leão, o qual fez o Vitor tirar uma foto mostrando o símbolo do Avaí.
Saímos de lá, passando por vários campos, com gado e muito verde, e então eis que encontramos o que está sendo de praxe em nossos caminhos. Uma passeata de eleitores. Porem, dessa vez fomos tomados pelos votantes em fúria, já que tivemos que passar pelo meio daquela multidão enlouquecida. Como eu estava atrás do Vitor, sofri o maior assédio. Eram velhas enfiando santinhos em minha camisa, mulheres falando palavras vulgares em relação à minhas coxas, bandeirolas batendo em minha cara, aquela música aterrorizante... porém conseguimos sair vivos de lá.
Passamos pelo viaduto da rodovia do Beto Carreiro e seguimos pela estrada de chão. Vitor continuava em suas tentativas de piadas, mas não adiantava. Ele tentou meter uma de orelhão... alguma coisa do gênero...mas nada me fazia sentido. Estávamos seguindo o trajeto estudado, e parecia que dessa vez tudo estava dando certo. Virávamos nas bifurcações e seguíamos confiantes. Ao virarmos em uma rua à direita, percebemos que talvez estivéssemos entrado uma rua antes do previsto, mas Vitor me tranqüilizou, dizendo que sabia onde a rua ia dar. Saímos em uma rua de asfalto, e Vitor cumprimentou em inglês alguns brothers que passavam pelo acostamento. Então eu Falei:
- Olha! Estamos na frente do cemitério de Piçarras! Vamos visitar a sepultura do Beto Carreiro!?
- Vamos?
- Vamos.
Então lembramos que ele estava no cemitério de Penha, e não no de Piçarras. Seguimos então pela rua. Em certa altura paramos e nos perguntamos: Mas que diabos estamos fazendo na frente do cemitério de Piçarras??? Olhamos para frente e vimos uma rua que parecia dar na BR 101. Então chegamos à conclusão de que havíamos nos perdidos. Depois de o Vitor dizer umas cinco vezes que sabia onde estávamos, ele falou que na real ele não fazia idéia de onde estávamos.
Voltamos pela rua, e então nos encontramos. O fato é que havíamos andando mais do que o necessário. Andamos uns 5 km pela orla de Piçarras, e ao voltar paramos em um mercadinho para comprar bolachas e uma Coca 2 litros. Paramos então no local habitual de nossos lanches em Piçarras e forramos o estomago. Nessa altura eu já tinha recuperado o senso de humor, pois eu ria de coisas muito idiotas que o Vitor me falava. Vitor “sacou um saquinho” de golesma endurecedora, para recuperar energia. Saímos um pouco pesados de lá... mas ainda conseguíamos pedalar. Aí então veio até mim a questão: O que aconteceria primeiro? Será que teríamos uma indigestão, ou hipotermia? Por que estava ficando frio pra caçamba.
Seguimos então por Penha e metemos uma bala. Não de química, mas no pedal. Acho que foi ali que pegamos nossa velocidade máxima: 33,82 km/h. Começamos a ver pessoas tolas que andavam no meio da ciclovia, e com toda nossa habilidade acumulada durante nossos passeios desviávamos como esguios pulando uma fogueira.
Fizemos algumas filmagens em frente ao parque Beto Carreiro World, e viemos para a parte mais, digamos assim, menos esperada. A grande reta da praia de Navegantes.
Andamos no escuro, tentando pegar lombadas eletrônicas e piscando nossas luzetas de segurança. Passamos o Ferry-Boat Navegantes - Itajaí, e então vimos que nossa velocidade média estava abaixo dos 18 km/h. Resolvemos então tentar chegar aos 18, mas em vão... por que o Vitor não me acompanhou no embalo da sanfona, e graças a ele só chegamos à 17,96km/h. Vitor me deixou em casa e seguiu para a casa de sua amada.
Um comentário:
Parabéns pelo blog, vcs estão se mostrando além de bons ciclistas, grandes cineastas e escritores. Continuem sua saga!
Saudações,
Ewaldo
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